segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

IMPREVISÍVELMENTE PREVISÍVEL
 Arde
Mais que ferro em brasa que atravessa a pele
Fere
Feito pele suturada distante da cicatrização
Perturba
Como insônia que invade madrugada  adentro
Some
Feito chuva que não molha o chão
Reaparece
Como aquele objeto que acreditava se para sempre perdido
Somei os elementos
Senti a conjugação de tais verbos
Não necessariamente na ordem descrita
Mas sempre fora do tempo e  longe do espaço
Para sempre...
Passos em descompasso.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

No encalço do tempo

Apaixona te!
Abandona te!
E quanto à sorte?
Ora,deixe estar!
Despropósito

Ele disse que estava em paz
Pois tinha Deus no coração
Então eu lhe disse que Deus
Era apenas um dos tantos estados cultivados pelo seu próprio espírito
Ele não sabia existir por si só
Eu de súbito arranquei lhe as muletas
Agora lhe peço perdão
Não foi minha intenção
Eu nunca quis lhe ver beijar o chão...

domingo, 28 de julho de 2013

Enlatada e emplastificada

Natureza transformada em plástico
Exposta entre artifícios e artificiais produzidos pela insana praticidade comum do século XXI
Morta de cores
Mecanicamente desprovida de gosto
Nunca se soube ao certo o seu sabor
Para consumir seu dissabor(pasmem!se consome),identifique o código de barras
Esqueça as arvóres nos quintais
Procure nas prateleiras de supermercados
O acesso não é livre e nem de graça
Mas você pode pagar com cartão de crédito.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Falso (Des)apego?

Sei que não aceita
Me desmente mas me rejeita
Vem e pega o que é teu!
Desconsidere o que por ventura lhe desmereceu
Vem e pega o que é teu!
Esse meu amor errado
Descompromissado
Amarrotado
Descontrolado
Descabido
Descamisado
Descompassado
Despudorado
Finge que esqueceu
Aquelas tantas horas
Em que fúrias de tesão mais pingos de ternura
Somavam você e eu.


terça-feira, 14 de maio de 2013

Tarde qualquer

Distraindo na multidão
Me orienta a contramão
Sigo remediando meus porquês
Caindo na contradição.
Contemplo cores
Dissolvo minhas dores
Alimento meus amores.
Coincidência é encontrar traços conhecidos
Em rostos desconhecidos.
__Ei moço!se a apressa!
A vida expressa a sua pressa
Hoje se foi,mas amanhã tudo recomeça
__Ei moço!se apressa!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Acalento

Não venha comigo esta noite ficar
Pois logo se arrependerá
Todos sabem,eu sei...
Eu preciso sossegar.
Mas mais que um amor
Esta noite,eu já tenho uma dor
Este coração bem que tentou
Mas ninguém acreditou quando ele falou
Portanto,hoje faço um sincero brinde á dor
E renuncio ás risadas embaixo do cobertor.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


Atemporal

Sobe o morro enquanto eu nao morro
Segue a escada iluminada pela cor da noite
Ignore a beleza do caos e entra sem bater na porta
Me olha e diz muito,enquanto nada diz
Tira a minha roupa enquanto toca a minha alma
E beija a minha pele que anseia o calor do teu corpo
Eu me esqueço do pudor me entregando ao toque das tuas mãos
Tempo escorre
Arrepios me percorrem,acelerando a minha respiração
Impulsionada pelo teu prazer sussurrado ao pé do meu ouvido
Nossos corpos se confundem,nossos gostos se misturam
Opostos ou dispostos?
Ali,tanto faz ou tanto fez
Estamos vivos!dois perdidos achados num isntante compartilhado pelo mesmo desejo...o gosto do oposto.



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Cegueira

Porque o meu ser não pode me pertencer
Porque o meu ser deve ser igual ao teu ser
Deve ser igual as luzes da cidade,que tem hora pra acender e apagar
Porque só ver o dia clarear,quem não tem conta pra pagar
Porque o que é meu e o que sou eu,deve ser de posse teu
Porque só há um jeito pra tudo se ver e eu devo obedecer.
Mesmo a beira do cansaço,eu não me cansarei te dizer
Que embora o pão aqui não seja caro,a liberdade pequena 
Nunca vai me contentar,muito menos me convencer
Escolho o preço por escolher,pago o que tiver que ser
Porque não é de posse o que não se pode pertencer!